Presidente da CUT diz que encerramento de contribuição compulsória será útil para afastar atuação de “sindicatos de fachada”
Publicado em 09/04/2012, 20:08 / Última atualização em 10/04/2012, 09:06
São Paulo – O plebiscito organizado pela CUT para que os trabalhadores opinem sobre o imposto sindical recebe votos agora pela internet. Na página criada especialmente para a campanha contra o tributo compulsório, a central colocou a pergunta: “Você concorda com o desconto anual obrigatório de um dia de salário?”, seguida pelas opções sim ou não.
Para votar, é preciso fornecer nome, email e o número do Cadastro de Pessoa Física (CPF). A página enumera ainda os motivos pelos quais a entidade acredita ser necessário encontrar uma nova fórmula para a contribuição dos trabalhadores aos sindicatos. A votação física continua aberta até o próximo dia 30, data de encerramento da campanha, em uma série de endereços definidos nos estados.
O presidente da CUT, Artur Henrique, publicou texto em seu blog defendendo a importância da campanha. Ele lembra que desde a fundação, na década de 1980, a entidade se opõe à cobrança compulsória. Em resposta a Reinaldo Azevedo, colunista da revista Veja, que acusou que se trata de uma proposta para “sufocar” as demais centrais, Henrique afirmou haver “desconhecimento histórico” em torno do assunto.
O dirigente reproduziu compromisso firmado em 2008 pelos presidentes das seis centrais reconhecidas pelo Ministério do Trabalho em que se comprometem a buscar uma nova forma de arrecadação. “Simplesmente, estamos cobrando o cumprimento de um acordo feito e assinado por todas as centrais, após longo e maduro processo de debates democráticos.”
Artur acrescentou que Azevedo se equivocou ao criticar o veto, feito pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, de lei aprovada para regulamentar o setor. Henrique afirmou que a oposição a que o Tribunal de Contas da União (TCU) fiscalizasse a distribuição da contribuição sindical partiu das entidades empresariais, e não das que representam os trabalhadores.
“Sindicatos que têm papel na negociação coletiva, prestam serviços aos seus associados e realizam campanhas salariais vitoriosas não terão nenhuma dificuldade em demonstrar para a categoria que é preciso contribuir para o financiamento”, disse. “Sindicatos de fachada, sindicatos fantasmas que não têm papel nenhum na negociação coletiva, e que só existem para cobrar taxas dos trabalhadores, esses, sim, terão enorme dificuldade em aprovar tal contribuição. Mas se não fazem luta, para que servem?”
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