sexta-feira, 15 de junho de 2012

Representantes sindicais se unem em Fortaleza para definir melhorias para os ecetistas

Representantes sindicais se unem em Fortaleza para definir melhorias para os ecetistas
Na terça-feira, dia 12, os trabalhadores dos Correios deram início ao XI CONTECT. O dia foi marcado por depoimentos de representantes sindicais da CUT, CTB, CSB, Conlutas, Intersindical, PT, PSTU, PCO e PCdoB. Durante a noite, era possível sentir o clima de debate, luta e determinismo entre os ecetistas presentes, que discutirão, entre outros, temas como campanha salarial 2012/2013 e Plano de Cargos e Salários (PCCS).
Para o secretário de geral da Fentect, José Rivaldo da Silva, esse é o momento dos trabalhadores se unirem e buscarem melhorias no ambiente dos Correios. “O ideal é a gente conseguir na unidade, naquilo que nos une, a melhora da vida do trabalhador. E que possamos fazer acordos para progredir na luta de classe e, assim, alcançarmos um objetivo maior que é a vitória da classe trabalhadora”, enfatizou.
A mesa de abertura contou ainda com a participação de sindicalistas da Argentina e de Portugal. Ambos abordaram a atual situação dos Correios em seus países de origem. Enquanto os portugueses vivem o processo de privatização do serviço postal, os trabalhadores argentinos já têm parte dos Correios privatizada há 16 anos. “A tendência é forçar as pessoas a trabalharem mais. Por isso, os trabalhadores devem conquistar mais direitos. Espero que vocês tenham um êxito no congresso e saiam daqui mais fortes”, disse José António Arsénio, secretário-geral adjunto do Sindicato Democrático de Comunicações e Media (SINDETELCO) de Portugal. 
O secretário-geral da Associação Argentina de Trabalhadores das Comunicações (AATRAC), Juan Antônio Palacios, frisou a importância da união dos trabalhadores na luta contra a privatização. “Aconselhamos que os companheiros brasileiros sigam lutando pelo monopólio postal, pelo Correio oficial e estatal, pois o incentivo à terceirização do setor pode significar também a perda da força do trabalhador, que fica sem unidade na luta sindical”, reforça.
O segundo dia do evento, 13, foi marcado pela paralisação dos trabalhadores dos Correios do Ceará, o qual foi apoiada por todos os congressistas presentes. Eles lutam pela convocação de mais aprovados no último concurso dos Correios para que a população não seja prejudicada na entrega de correspondências e nem o trabalhador penalizado com o acúmulo de trabalho e falta de estrutura mínima.
À tarde, os ecetistas discutiram o regimento que norteará todo o Congresso. Com ânimos acalorados e depois de muita votação, os 265 delegados credenciados aprovaram o texto. O XI CONTECT conta ainda com a presença de 42 observadores. Segundo José Rivaldo da Silva, nos próximos dias de evento será discutido privatização, campanha salarial, anistia, condições de trabalho, entre outras questões.
Durantes os debates do regimento interno do Congresso, ficou acordado que o número de representantes na mesa será alterada para 11 pessoas, assim, todas as forças políticas presentes estarão representadas. Além disso, foi aprovado que todos os membros das Comissões de Anistia, de Negros e de Mulheres serão credenciados no CONTECT.

Mulheres discutem a realidade das trabalhadoras

Em um universo de mais de 118 mil trabalhadores da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT), cerca de 30,4 mil são mulheres. Ou seja, aproximadamente 25% do quadro de pessoal é composto pelo sexo feminino, segundo dados de 2010 do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).

Para representar os trabalhadores, 35 sindicatos se distribuem em todo o território nacional. Apenas quatro deles, no entanto, são presididos por mulheres. A disparidade não é observada apenas na liderança. Falta o auxílio necessário para que as trabalhadoras tenham condição de prestar o melhor serviço à comunidade.

Por conta disso, funcionárias de todo o país se reuniram no Encontro Nacional de Trabalhadoras de Correios, nos dias 11 e 12 de junho em Fortaleza (CE). Já é a 15ª edição do evento e as conquistas são muitas nos anos que se seguem.

A telefonista Maria Alves Ferreira de Morais, que trabalha há 37 anos nos Correios, esteve no 1º encontro de mulheres, que ocorreu em São Paulo no ano de 1997. Segundo ela, havia cerca de 40 mulheres. “É bom ver como a participação da mulher na empresa cresceu ao longo dos anos. Agora, na edição deste ano, vieram mais de 100 mulheres”, afirma. Maria, que participou de 14 encontros, defende ainda que a mobilização feminina não deve se resumir ao evento anual. “O mais importante é preparar as companheiras para as batalhas do dia a dia".

E as batalhas são muitas. Violência e assédio moral; tripla jornada de trabalho; preconceito; falta de reconhecimento... Sem falar nas lutas em relação aos direitos que possuem como mãe. A mobilização do momento é pelo direito à creche no local de trabalho e pelo auxílio na educação dos filhos. Mas também há bandeiras de cunho puramente profissional, como explica a presidente do Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras dos Correios e Similares da Bahia, Simone Soares Lopes. “Queremos que os sindicatos respeitem a cota de 30% na diretoria colegiada. Mas a nossa meta mesmo é a paridade entre homens e mulheres”, explica.

Falta equidade salarial
Outra bandeira levantada pela classe feminina dos Correios é a equidade salarial. Dados do Dieese mostram que a remuneração média feminina é inferior à masculina. Enquanto a ecetista recebe R$ 2.224,47 ao mês, o trabalhador da empresa recebe R$ 2.514,79. “Essa diferença de R$ 290 é reflexo de uma desigualdade histórica de tratamento entre homens e mulheres. O movimento feminino deve usar esses dados para intervir na atual realidade e lutar por melhores condições no ambiente de trabalho”, defende Rose Cruz, da Federação de Servidores Municipais do Ceará.

A pauta do Encontro de Mulheres é levada agora para o 11º Congresso Nacional dos Trabalhadores dos Correios (CONTECT), que acontece de 12 a 16 de junho, também em Fortaleza (CE). Entre os assuntos, será discutida campanha salarial, privatização, condições de trabalho e plano de cargos, carreiras e salários.

Justiça do Trabalho condena empresa por assédio moral horizontal

Trabalho

Publicado em 14/06/2012, 17:58
Última atualização às 18:09
São Paulo – O Tribunal Superior do Trabalho (TST) manteve condenação a uma distribuidora de bebidas do estado da Paraíba que será obrigada a indenizar funcionário que sofria humilhações por parte de colegas no ambiente de trabalho – caracterizado como assédio moral horizontal. Segundo nota do TST, as humilhações ocorriam devido à aparência do trabalhador. A empresa foi condenada por não coibir o transtorno sofrido pelo trabalhador.
De acordo com relato do trabalhador no processo, as ações constrangedoras partiram inicialmente de um gerente que, na presença de colegas, chamava-o de “vampiro”, “thundercat” e “mutante”, devido a uma má-formação dentária. Os colegas passaram a seguir o exemplo e debochar com frases como "você é muito lindo para estar desfilando na empresa".
Ao ser analisado pelo Tribunal Regional do Trabalho (TRT) da 13ª Região, houve entendimento de que a empresa omitiu-se e tolerou as situações constrangedoras a que os colegas expuseram o funcionário. No TST, o relator, ministro Maurício Godinho Delgado, considerou que o assédio horizontal afeta a autoestima e o respeito próprio da vítima. Ele interpretou que havendo agressões rotineiras e generalizadas, sem reação e punição, “o empregador se torna responsável pela indenização correspondente”.
Com informações do TST